Entre Letras e Imagens: Uma Análise da Adaptação Cinematográfica de A Hora da Estrela e suas Implicações na Representação de Macabéa

Fabíola Iszlaji de Albuquerque, Universidade Eötvös Loránd, Hungria:


Este artigo analisa a novela e o filme A hora da estrela, abordando a complexidade da adaptação cinematográfica, as expectativas de fidelidade que surgem quando uma obra é adaptada e as escolhas feitas pela cineasta ao roteirizar e dirigir o longa-metragem. A hora da estrela, o último livro de Clarice Lispector, foi publicado pouco antes de sua morte em 1977 e oferece uma introspecção intensa sobre o processo criativo do narrador-autor Rodrigo S. M., além de retratar a vida pobre e solitária de Macabéa, uma jovem migrante do Nordeste brasileiro que vive na metrópole do Rio de Janeiro. Em 1985, a obra foi adaptada para o cinema por Suzana Amaral, recebendo reconhecimento em festivais nacionais e internacionais. A cineasta optou por excluir o personagem do narrador, alterando assim a narrativa e dando maior destaque à protagonista, levando para as telas a interpretação de Macabéa como a representação do povo brasileiro silenciado e invisibilizado. O artigo examina as interconexões entre as representações de Macabéa nas obras de Lispector e Amaral. A primeira seção explora a relação entre literatura, cinema e os processos de adaptação; a segunda seção dedica-se à autora Clarice Lispector, analisando a narrativa de seu último livro; e, por fim, na terceira seção, a análise se concentra na diretora Suzana Amaral, explorando sua visão cinematográfica e as escolhas que influenciaram a adaptação.

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