Ludmilla Almeida:
O projeto Ludmilla Almeida Diálogos em Movimento apresenta a performance “Marés”. “A maré tá cheia ioiô, a maré tá cheia iaiá”. Mar de AMar. Infinitude das águas, sabedoria do tempo. Redemoinhos, tsunamis, calmaria. Maré baixa, Maré alta. Mar Mãe é morada, travessia e banzo. Ora sereno e tranquilo, ora bravio e revolto, é colo, é reflexo da lua, é permanência na impermanência. Como na ginga da capoeira, o mar nos ensina sobre as idas e vindas, sobre saber esperar, sobre o inesperado, sobre o balanço das marés e da vida. Marés é um mergulho profundo nas águas que nos banharam no ano de 2021, com suas cheias e baixas, com seus movimentos contínuos e fecundos, que insistiam em nos lembrar e lutar pela permanência da existência. Como cardume dançamos, rezamos, oferendamos e homenageamos sobretudo Yemojá, a mãe dos filhos peixes, a rainha das águas, a dona das cabeças. Celebramos a força e sabedoria das águas e sua regência em nossas vidas, com seus ciclos, suas movimentações certas e incertas, com suas correntes de ida e vinda, com suas Marés!